sábado, 26 de novembro de 2016

Pois bem, nos também temos que trabalhar!

Trabalhar não é nada fácil para quem tem HS, eu tive sorte da maior parte de meus empregos serem de telecon (amo telecon),  sempre trabalhei sentada quieta no lugar.  E isso me trazia benefícios.  Como não ficar andando e erguendo braços. Lógico porém,  sentada sofria com lesões nas nádegas e virilhas.

Todos nós portadores da HS em algum momento da jornada de trabalho sofremos e passamos vergonha. Não tenho como negar. Em 2012 me deu uma crise muito forte nas virilhas ( hoje entendo o motivo. Eu vivia no quiosque em frente empresa comendo rissoles de presunto e queijo quando não, era pão com queijo quente), cheguei ao ponto de não conseguir andar pois as lesões ficavam bem em cima do nervo e além disso grudava na calça. Mais atestado tinha vencido e teria que ir para não sofrer punições. Então me adaptei,  peguei aquele absorvente diário e após passar quilos de pomada colocava sobre lesões e ainda grudava fita micróporo ou crepe mesmo. Desta forma, dos dois lados da virilha, eu podia andar, rebolar, sentar e até correr. 

Só que não foi benéfico. Começou a grudar naquelas gordurinhas (se posso chamar intimamente assim) que logo após drenar ficava em mim. Ah que sofrimento ao tirar. Tentava no banho e chorava urrava de dor. Com o tempo desta prática o que consegui foi mais lesões,  pois ao ficar puxando pele com fita, várias outras surgiram. No começo da minha HS nas axilas recorri ao protetor diário para não manchar meu uniforme, e novamente dancei. Em 2014 mudei de emprego e fui para uma grande rede de varejo de roupas. Era vendedora e me saiu uma bendita na coxa (tenho coxa grossa então fica o atrito né), mais como tinha que usar calça e andar só piorou. Resultado. Chorei no trabalho e mostrei para minha líder (uma sem noção completa) minha situação e pediu para eu ir ao médico. 6 dias de atestado (isto com 20 dias de empresa). Voltei a trabalhar e fui desligada da empresa ao completar 30 dias, lógico,  sem motivo justo, pois se houvesse era processo trabalhista.



Hoje aprendi que não posso falar da minha doença antes da experiência se não certeza que não irei progredir. E também a não colocar mais nada pra tampar feridas pois resultado é pior é sofrido.

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